Saturday, January 16, 2016

Crónicas Chilenas VI : Valparaíso Progressiva



Não sei de todos os meandros da história. Sei que quando a cidade de Valparaíso pleiteou ingresso na lista de Patrimônios da Humanidade da Unesco, encomendou ao grupo de rock progressivo chileno Tryo uma suíte. Gosto imenso de ideias assim, como quando, similarmente, os geniais galegos do Milladoiro compuseram a trilha-sonora para a exposição Galicia Fulget e o Michael Nyman compôs uma trilha-sonora para o livro The Commissar Vanishes.

Por que quem disse que trilha-sonora só pode ser para filme ou peça de teatro?

No caso em questão, deu certo: o centro histórico de Valpo integra a lista da Unesco desde 2003.

A suíte Valparaíso Psicodélico, que abre o álbum Patrimonio de 1999, divide-se em quatro partes que totalizam quase 15 minutos. Não creio haver muito psicodélico aqui. Pelo contrário, até. A banda, que tem uma pegada crimsoniana muito forte, atinge aqui píncaros de lirismo, sobretudo graças à incorporação de um violoncelo tocado pelo baixista.

Tive o privilégio de assistir à peça ao vivo no Rio Art Rock Festival de 2001, um showzaço com momentos acústicos (a suíte em questão) seguidos por uma sonzeira do cacete que às vezes nos fazia duvidar que só havia três pessoas no palco. O show da noite. Só não posso dizer que foi o show do festival porque na noite seguinte teve um outro trio -- o Le Orme.






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