Abençoado o país que tem como uma de suas principais atrações a casa de um poeta. Não um cassino ou uma praia ou um vulcão. Ou uma floresta ou uma bebida ou um rio ou bundas, mas a casa de um homem ou uma mulher que teve por ocupação arranjar palavras sobre a superfície branca do papel. No caso do Chile, aquela tripa esprimida entre o Pacífico e os Andes, são três as casas do mesmo Neruda que, agora estou convencido, pertence àquela classe rara de seres 'larger than life'.
Me aborreci na entrada das três : aquela quase militarização das visitas ("vamos lá, todos em fila, peguem seus áudios, ordinários, marchem!"), mas um aborrecimento logo feito em pedaços quando se adentra os espaços tão lindamente ocupados pelo Bardo.
Pelo menos duas das casas, a de Santiago (La Chascona) e a de Valparaíso (La Sebastiana) sofreram saques e depredações nas mãos dos vermes partidários de Pinochet. Hoje resistem orgulhosas e vitoriosas. Mesmo porque ditaduras podem destruir todas as casas e todas as flores. Mas não podem impedir a chegada da primavera.
Este é um post inicial, urgente. Pretendo depois fazer um para cada casa, com mais fotos.
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Sebastiana |
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Chascona |
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Ilha Negra |
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