No mesmo dia em que descubro um botequim em São Cristóvão chamado Xodó Portugal numa rua que atende por Gotemburgo (e eu vestia a camisa da seleção sueca), descubro que o impagável bar Jardim da Quinta, templo da vascainidade da mítica Dona Olinda, já não é ::: tem novos donos, fizeram as reformas todas, acabou.
Para uma cidade que se só preocupa com sua orla e com sua zona sul, isso talvez não signifique nada. Pois saibam que muito dono de restaurante e de bar além Rebouças veio até a Dona Olinda provar, aprovar e aprender como se faz empada de camarão. Eu provei, morro tranquilo. Inigualável.
A funcionária do novo estabelecimento não foi insensível ao meu enorme desapontamento. Disse que o bar estava muito feio, ao que redargui "Eu achava lindo". Bem, ao menos, miraculosamente, mantiveram os azulejos laranjas de frutas dos anos 70, por dentro e por fora.
E achava mesmo, nem é coisa de intelectualóide. O bar de pouquíssimos lugares, seu rígido horário de almoço, o garçom e a filha severos, mas que se deixam conquistar. E a Dona Olímpia, índia minhota arredia, que foge das fotos como pode. Isso explica os meus registros fora de foco.
O Quinta de São Cristóvão não se transformou em outra coisa. Ele morreu. E me alegra ser mortal para um dia reencontrá-lo lá em cima e sentar na mesa de fórmica azul, pedir uma cerveja e perguntar pergunta retórica Ô, Dona Olinda, tem empada hoje?
Dona Olímpia ::: saudades |
1 comment:
Corcordo ,o Jardim da Quinta era lindo.Um bar que não tinha clientes e sim amigos.Sem meu pai,o Ferreira o Jardim da Quinta morreu .Eu e dona Olinda ficamos emocionadas com o seu carinho .Obrigada e Parabéns pelo seu blog.
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