Meca incontornável para amantes de azulejos, a Igreja Nossa Senhora do Brasil, em Pinheiros, pede muitas e demoradas visitas.
Embora eu jamais tenha sido fã do estilo neocolonial, não há como não se render aqui. Desde os campanários (que me lembraram a estupenda matriz de Catas Altas), seu interior é pródigo em azulejaria. O que é mais interessante :: a vocação para azulejos desta bela igreja neocolonial é respeitada, de vez que há inúmeros paineis mais recentes e mesmo uma capela dos Cavaleiros de Malta (!), em insólitos azulejos ocres.
O responsável pelos azulejos mais antigos atende pelo nome de Antônio Paím Vieira, que também pintou o teto ca capela-mor. Paím desenhou os azulejos que ocupam quase todos os espaços disponíveis - capela-mor, altares laterais, corredores, portas e fachada. Uma festa para os olhos, Sevilha irrompendo em Pinheiros.
Seu nacionalismo explícito nas pinturas da capela-mor (de que tratarei em breve) amplia-se em um pan-americanismo quando ele convida para a festa diversas Nossas Senhoras latino-americanas. Estão lá, num altar lateral, a Virgem de Guadalupe (México), a Virgem da Caridade do Cobre (Bolívia), a Virgem de Caacupe (Paraguai) e a Nossa Senhora de Lusan (Argentina). Encontrei também uma pequena imagem da Nossa Senhora dos 33, possivelmente colocada ali por algum uruguaio que se sentiu enciumado ou excluído.
O habitual azul e branco da azulejaria colonial cede espaço para a policromia e o efeito, sobretudo em Lupe (mira mi intimidad con la mejicana), é de uma beleza pungente.
Nossa Senhora dos 33 :: Uruguai |
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