Acredito não ser possível fazer tese sobre Goa, seja sobre geologia, economia ou tá, literatura ou teologia, sem mencionar São Francisco Xavier. Talvez por seu corpo conservar-se incorrupto na Igreja de Bom Jesus (eu vi) mas talvez mais que isso.
Aqui na Tijuca, em local que se chamou Engenho Velho, há uma igreja grande dedicada ao santo basco e, não podia deixar de ser, um pedaço de seu corpo, não lembro qual. Em minha tese saí-me com a história de que o corpo do sujeito era metáfora e metonímia da diáspora goesa, que assim achava meios de carregar consigo Goa e seu legado.
Foi uma viagem, na verdade duas, mas deparar-me com São Francisco Xavier na Serra da Mantiqueira não o foi menos.
Jamais me esqueço da devota goesa que arancou o dedão do Xavier com uma mordida e que depois foi encontrada graças às manchas de sangue que lhe pingavam da boca. Em Um Estranho em Goa o narrador de Agualusa compra o coração do santo e o transporta numa caixa.
Até agora não sei qual o pedaço do santo que se conserva em São Paulo. Sou dado a esses detalhes mórbidos, é que não tive mesmo tempo de conversar com o cura.
Sei que bem abocanhei o que encontrei na linda e singela igreja a ele consagrada.
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