O PESO INSUPORTÁVEL DESSAS LÁGRIMAS
O peso insuportável dessas lágrimas
verga-te o rosto para o chão escuro.
Assim te quedas, vergado, dorido,
lágrimas: a memória dos dias idos,
carne-viva que friccionas com dedos
e com palavras, versos, as lembranças
são os ratos famintos que te invadem
quando aqui fora tudo era orgiástico
e celebratório.
Ratos famintos que tu alimentas
a ponto de tornarem-se insaciáveis.
(Assim te quedas e assim te quero:
vergado, bêbado, uma criança, mas
homem. De pé em meio aos espantalhos.)
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