A MINHA CASA DE PORÃO ALTO
A minha casa de porão alto
ardeu ontem à noite.
Minha casa de porão alto
namoro diário de longe
pela janela do ônibus.
Tanta vez pensei penetrá-la
pela frente pelos fundos
por chaminés inexistentes.
Eterna eu a cria
com sua cantaria
seus azulejos
e seu muxarabi.
E seus porões altos,
leões de chácara
postados vigilantes
porões tão altos
tão pouco porões
indignos talvez do nome.
A cria eterna
a mim enterraria.
Qual, lambeu ontem
não só a madeira das folhas
mas toda a cantaria
muxarabi
e porões altos.
O serviço das chamas
profissa dir-se-ia.
Nesta manhã um vácuo
amanhã um estacionamento
em seguida, espigão.
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