Desolação total no meio do capítulo sete de Eugene Onegin. Tatyana não só teve seu amor por Eugene desprezado como viu este matar em duelo o noivo de sua irmã caçula Olga. Esta, porém, não ficará de luto por muito tempo, casando-se pouco depois com novo pretendente (algo como um J. Pinto Fernandes / que não tinha entrado na história). Com o casamento, sai de casa, claro
Agora Tatyana está inteiramente só com a mãe em sua casa afastada. Inverno russo. Alguns anos se passaram e Eugene, ostracizado (não que isso lhe doa muito), mudou-se. Tatyana continua apaixonada e se entrega aos passeios pelos campos. Numa cena de rara beleza crepuscular, vê-se defronte à casa onde Eugene morava. Entra, com a permissão do velho caseiro. Não de todo satisfeita, volta no dia seguinte para examinar os livros! E esse exame se detém nas marcações que Eugene fizera! As marcações que o homem que ela tanto amava deixara à margem dos livros.
Isso é muito lindo. É o exame atento dessas marcações que lhe permite conhecer melhor aquele a quem tanto amou.
Tchaikovsky omitiu esta cena de sua ópera. Prokofiev manteve
Some pages still preserved the traces
Where fingernails had sharply pressed;
The girl’s attentive eye embraces
These lines more quickly than the rest.
And Tanya sees with trepidation
The kind of thought or observation
To which Eugene paid special heed,
Or where he’d tacitly agreed.
And in the margins she inspected
His pencil marks with special care;
And on those pages everywhere
She found Onegin’s soul reflected—
In crosses or a jotted note,
Or in the question mark he wrote.
Há uns seis anos fiz postagem sobre esse nosso (meu e do pai) hábito de sublinhar e anotar em livro. Está aqui.
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