Estou chegando à metade do primeiro romance de Pete Townshend, lançado em 2019, The Age of Anxiety, depois de Auden e Bernstein, of course. E olha que a pandemia não começara. Profético.
Estou chegando à metade e encontro um... soneto! Bem, escrito por Pete? Claro que sim, mas, na "economia do romance", como gostava de dizer um professor, escrito por Siobhan (em irlandês esse 'bh' se pronuncia /v/), então mulher do seu afilhado querido, Walter.
Este afilhado tinha uma banda de rock que tocava num único pub. Faziam relativo sucesso, tanto que Walter recebeu proposta de vender seu catálogo e ter uma música usada num comercial de carro. Ele ficaria rico. E ficou. Sua mulher, porém, sempre desdenhou a banda e todo seu trabalho, achando que ele deveria usar seu talento para escrever poemas e não canções para vender carros. Ah, e poemas para ela.
Na noite do seu último show, que é quando ele recebe a proposta, ela sai de cena e vai para uma casa no campo, onde escreve o soneto. A estratégia era chamar sua atenção -- ela jogou alto e fracassou. Na mesma noite, ele se apaixona por uma amiga em comum, Floss, e abandona a carreira musical e a mulher.
Mas ela escreveu o soneto na esperança.
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