A Livraria São José devia seu nome à sua localização: Rua São José, por sua vez assim chamada por causa da igrejona barroca da 1o de Março. Mas, devido à crise, havia se mudado. Para mim sempre foi um sebo e agora fechou de vez. Foi ali que comecei a minha roseana, comprando em abril de 1988, poucos dias antes de a Camila nascer, uma edição de Sagarana pela José Olympio. Ali voltei diversas vezes para comprar diversos livros de crítica sobre o Rosa e sua maravilhosa correspondência com Edoardo Bizzarri, seu tradutor italiano. Tudo usado. Como acontece com as fotografias, me arrependo, e muito, dos que não comprei, como a edição norte-americana do Grande Sertão.
Agora fechou de vez.
Não estou me dando muita importância não, mas já não sei que faço numa cidade que tem cada vez mais bancos, drogarias e igrejas neopentecostais, e menos livrarias e botequins antigos.
Este o poema que Drummond escreveu para o proprietário da São José. Saiu na segunda edição da Viola de Bolso.
A CARLOS RIBEIRO
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