Corpo de Baile não poderia terminar de maneira mais grandiosa: fechando o segundo volume, as duzentas páginas desta obra-prima que é "Buriti". Um romance, de fato. Parece trocadilho trivial, mas este conto / romance só poderia ser assim: grande, grosso, Buriti-Grande, que tudo aqui é fálico.
É aqui que o Miguilim, do conto inicial mais lindo da literatura, retorna, Miguel, moço crescido, formado, em busca (ai) de um amor.
Tudo aqui é fálico.
Os avós de Glorinha, pais de Iô Liodoro, são Vovô Faleiros (é tudo fálico) e Vovó Maurícia, que pedia ao marido: "-- Seu Faleiros, o senhor sempre me tenha muito amor...". Pois bem, esta Vovó Maurícia, que gostava de vinho (de buriti?) é irmã daquela velhinha querida, a Rosalina, Lina, que já aparecera, com destaque, em "A Estória de Lélio e Lina".
E, arrá, a riqueza que é Guimarães Rosa, o mais legal é que Maurícia é... o nome científico do buriti. Tudo fálico, tudo buritis.
O buriti da foto é da Ilha do Combu, em Belém. Logo pertinho tem uma senhora samaúma de muitos séculos. Amei o samaúma, amei o buriti, que estes sempre.
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