Tirei a foto acima em julho de 1987, em minha primeira visita a Biribiri.
Voltei sete anos e sete meses depois (o registro, repito, é de 7/87), foto em mãos, em busca dos meninos. Encontrei um deles, que ouvia Raul Seixas e não se reconheceu. Sua mãe, claro, reconheceu o pequeno e chorou água de dois cocos. Deixei-lhe a foto. Dois outros estavam ali perto, garimpando.
Voltei agora, passados 31 anos do registro -- uma, duas vidas. Foto em mãos, à busca dos três meninos e menina. Não há mais ninguém na casa, mas Andréia, que faz um pernil dos deuses no restaurante do Raimundo Sem Braço e que nasceria cinco meses depois da foto, reconheceu a todos e me forneceu os nomes: Róbson, Edvaldo, Luís Carlos, Irene. Dois deles trabalham no Aeroporto de Confins e pelo menos um volta com frequência a Biribiri.
Será possível ver o punctum da foto nos sorrisos marotos, no Kichute do Robson, na melissinha da Irene (muitos pensam que ela está amarrando o sapato, mas a melissa não tem cadarço, ela levanta a perna é de pura alegria). Para mim está em suas roupas, como se ser criança em 1987 fosse muito diferente de hoje, como se a foto tivesse quase cem anos.
1 comment:
Muito legaal...gostei!
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