Monday, November 23, 2015

Cascudo neles!



Lembro-me de meu pai reclamando de que, quando esteve em Natal, há muitos anos, visitou a casa do Luís da Câmara Cascudo e, para a sua estupefação, os funcionários da casa não tinham ideia de quem havia sido Luís da Câmara Cascudo. Estupefação justa. À época contei esta história à mãe de uma amiga, que apenas murmurou "Barbárie", como quem murmura the horror the horror...

Bem, o Brasil não conhece o Cascudo, é verdade, como desconhece um caminhão de outros seres e coisas essenciais. A exposição no Museu da Língua que ora homenageia nosso folclorista maior, de um conhecimento enciclopédico que esnoba a academia, está aí. Para os funcionários e para os curiosos, para quem já conhece e para quem desconhece.

Se comparada à exposição do Rubem (escrevi aqui), e à exposição que inaugurou a casa, do Grande Sertão, esta fica a dever. É bem montada, claro, que lá gostam de fazer exposições-instalações interativas e bonitas, mas a abundância de referências aos objetos de estudos do mestre (nossa cultura) atropelou referências mesmo ao homem. Quisera ter visto ali uma carta do Luís, algumas primeiras edições de sua vastíssima bibliografia, ouvir-lhe a voz.

Mas vale como introdução, claro, e tem seus destaques, como a placa de acrílico a exortar visitantes que não o incomodassem pela manhã....










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