Lançado em 1994, Superunknown do Soundgarden, banda grunge de Seattle, alcança sua maioridade penal como o testamento definitivo do grunge e de boa parte do rock dos anos 90. Dito isto, pode e deve ser preso, encarcerado em solitária, uma vez que, em liberdade, corre o risco sério de causar grandes e profundas comoções nos tímpanos, na pele, na alma.
Sei que não exagero, é que me faltam palavras. O que impressiona aqui é seu status de obra-prima de fio a pavio, e olha que falamos de disco já da era CD, isto é, 70 minutos ali, na lata.
Memoráveis riffs sabbathianos, o baixo tresloucado (vejam esse cara ao vivo), a bateria que consegue se destacar para além da sensaboria e rapidez do metal, o vocal maravilhoso que só encontra rival em Eddie Vedder, a introdução épica da faixa-título. Aliás, SG não fazem metal. E as letras, claro, o mergulho na piscina vazia. Não surpreende terem sido inspiradas por leituras da Sylvia Plath.
É álbum que requer repetidas audições, o que faço há anos. Não sei explicar, mas eu pulava a "Mailman", até que um dia, andando pelo Cachambi, deixei rolar. Para descobrir que tem mellotron, a única faixa que tem mellotron. Surtei.
Angustiado, pesado, sombrio, inventivo, um hino à vida. Soará pessimista aos ouvidos tolos e epidérmicos. Eu jamais me mataria com isso aqui, mas sim com Beyoncé e funk carioca. Soundgarden chegava aqui à sua obra-prima. Pouco depois, como pouquíssimos, soube ver a hora de parar.
Há três anos eu já postara sobre o "The day I tried to live", comparando-a a Drummond.
Em um próximo post, trechos das letras.
Abaixo a faixa-título. A quem interessou, prestigie os artistas e compre os CDs.
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