Saturday, April 04, 2015

Soneto (dos dentes) deleite



Quando os dentes do Dante vão caindo
E seu cabelo se avoluma em cachos
as cigarras se enterram com seus cantos
na solitária espera dos janeiros
assim nós assistimos à passagem
deste velho e esfomeado carniceiro
este velhaco a quem chamamos tempo
mas não sejamos hoje tão dramáticos
neste soneto que se quer deleite
dante-se o tempo aproveite o dia
toda semana agora é dente mole
olhe a janela que ele exibe à frente
não se fazem mais dentes como dantes
e muito menos dantes com seus dentes


Os teus não caem?

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