Escrevi recente sobre cornucópias nas fachadas cariocas aqui, mas parece que o tema se desdobra cornucopianamente.
É preciso ser um die-hard fâ do Black Sabbath para saber que eles têm música chamada... "Cornucopia", escondida no Lado 2 depois da clássica "Snowblind". "Snow", aliás, era para ser o nome do anódino (falo do nome!) Volume 4, mas a galera da gravadora vetou já que snow aqui pode ser muita coisa, anos depois seria até nome de albino, mas nunca aquele fenômeno metereológico típico dos países frios.
Voltando à "Cornucopia", a letra do Butler trata da sociedade de cosnsumo, de maneira, claro, crítica.
Too much in the truth they say
Keep it 'till another day
Let them have their little game
Illusion helps to keep them sane
Let them have their little toys
Fast sports cars and motor noise
Exciting in their plastic place
Frozen food in a concrete maze
Evidente que se pode enxergar "referência" aí à cornucópia. Neste desejo sempre renovado pela mídia e propaganda de se possuir cada vez mais. Mas, a-há, tal qual em "Changes", é na forrma que o conteúdo melhor se expressa. Porque, como diria Conselheiro Acácio, forma é conteúdo. "Changes" fala de mudanças na vida amorosa. mas é musicalmente -- a primeira vez que o Black Sabbath usava mellotron -- que vemos as mudanças, isto é, a banda procurava novos caminhos. (Para grande dissabor do Ozzy.)
Também aqui. Não é só ao criticar a sociedade de consumo que temos "referência" ao corno que simbliza abundãncia e prosperidade e fertilidade. Mas ao empregar uma série ABSURDA de riffs, a música é a plenitude em pessoa. Enquanto muitas bandas medíocres lutavam e lutam para encontrar um riff marcante para uma música (algumas extremamente medíocres encontravam um riff para o resto da carreira, cf. "Satisfaction"), Mr. Iommi não apenas nos deleita com o riff obrigatório (o soturno e pesadíssimo inical não parece descrever um monstro com dor de cabeça tendo que pagar o imposto de renda?) como nos fornece bônus. E, qual o plural de bônus?, bônuses.
Tanto assim em menos de 4 minutos.
É Dio quem lembra, anos depois, claro, que certa vez, Toni lhe oferecia infinidade de riffs que ele já tinha gravado em fita cassete, como que a dizer: "Just pick one, pal". E Dio termina a lembrança afirmando que aquele era o Mr. Riffman em pessoa.
Eterno.
Eterno.
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