O meu sebo paulistano preferido ainda deve ser a Casa do Livro Azul, que ficava, acho, em Pinheiros e cujas portas se fecharam há muitos anos.
Mas gosto também um bocado do Calil, no coração do coração da cidade e o mais antigo dela. Estive lá na época em que conheci a Casa Azul e nisso quase 25 anos. Voltei depois doutorando goês e estive agora.
Para meu desencanto, não há mais na loja as primeiras edições autografadas. Porque as pessoas arrancavam as páginas. Arrancavam as páginas! Hoje esses livros são conservados à parte. Não se pode chegar, tocar, cheirar, descobrir. Pelo site pode, mas aí convenhamos.
A culpa é das pessoas que arrancavam as páginas. L'enfer.
O atendimento é gentil. Profissional e gentil. O espaço é um oásis. Não vá em busca de pechincha. Aqui sabem das coisas. Mas paguei só 15 reais pela primeira edição do Guia Poético da Cidade do Rio de Janeiro, do Luiz Paiva de Castro, que tem soneto pro Grajaú. Pechincha ou não?
Paguei bem mais pela primeira edição do Imaginário a Dois, do Affonso e da Marina. E por um livro de azulejos. Na hora de pagar, repito o que aprendi com o pai :: pedir desconto. Assim agi há 25 anos para receber a resposta "Não trabalhamos com desconto". Não digo tenha sido grosseira. Mas imperativa de tal modo que ainda lembro do tom e das modulações das vogais. E eu nem 20 anos tinha.
Aí, desta feita, na hora de pagar... só de molecagem, que cresecemos e mais moleques, ou não valerá a pena, perguntei se davam desconto.
Deram! Nem 5%, mas deram!
E tem gente que diz que não há Deus.
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