Pra quem se lembra do Ser Invisível, partes 1, 2 e 3. Segue abaixo o texto que Luna, revoltada, escreveu outro dia.
Não tivesse o menino tido já milhares de crises epilépticas, não tivesse ele Síndrome de West e neurofibromatose, não tivesse ele harmatomas próximos ao hipocampo, talvez viessem visitá-lo, talvez trouxessem presentes, levassem-no para passear.
Como o caso é o caso, seus fins de semana são especialmente solitários, por mais que pai e mãe, às vezes exaustos, tentem distraí-lo.
Afinal, quem se interessa? Quem, tios e tias e primos e primas e madrinhas e padrinhos? Não é muito melhor tomar cerveja, ir a churrascos, jogos de futebol, shoppings, academias, esfregar-se em bancos de igreja -- não é preferível isso tudo a visitar seu primo / sobrinho / afilhado retardado?
E assim a criança que mais precisa de estimulação, de experimentar situações diferentes, é a que menos tem. Fosse ele normal, sim, vinham, tiravam fotos e postavam no Face.
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