SAPATOS FLORIDOS
Peguei sapatos velhos do meu filho
(tão pequeno e já tem sapato velho!)
e neles plantei flores, como quis
o Quintana: margarida, tomillho,
alcaravia, hortelã, sempre-viva.
O mundo é o mundo desde que nasci
(Ficará rodando depois que formos)
Tu não me enganas, velho, e não te engano a ti.
E se ele estanca em suas engrenagens
se parece que tudo perde o viço
lembremos antes que a manhã acabe:
a vida com pequenas sabotagens
é possível; na área de serviço
fazemos nossa primavera árabe.
1 comment:
Poema e imagem, ambos maravilhosos!
Parabéns!
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