Em Pompéia colocavam-se enormes falos de pedra à porta das casas, de que se podem ver inúmeros exemplos no Museu Arqueológico de Nápoles, para deleite das fantasias da mulherada. No Sri Lanka são as máscaras, na Índia os túlsis.
Nos subúrbios cariocas temos os azulejos de santos na fachada com o intuito de proteger a casa e evitar que vibrações negativas se aproximem.
Quase sempre na platibanda e na formação clássica de quatro azulejos dispostos em losango de modo a formar um outro, maior, losango. Mas há também paineis retangulares com mais de dez azulejos, como podemos aqui ver o Santo Expedito e a Nossa Senhora de Fátima encontrados no Encantado.
Se nas igrejas com azulejos estes amiúde vêm nas cores branca e azul, sendo muito rara a policromia (notável exemplo, e no Rio de Janeiro, é a sofrida igreja de Nossa Senhora da Saúde no bairro de mesmo nome), com as fachadas dá-se o inverso: a policromia é a lei, sendo raros os azulejos exclusivamente azuis e brancos, como outro dia encontrei um São Jorge no Rio Comprido.
E, falando em São Jorge: se nos botequins ele e seu cavalo imperam de maneira praticamente absoluta, aqui ele disputa a hegemonia em duelos bem equilibrados com alguns seus colegas. Nossa Senhora, principalmente a de Fátima, faz-lhe mesmo acirrada concorrência.
Com o crescimento avassalador das seitas neopentecostais, com sua encardida intolerância, é provável que essa simpática e inofensiva demonstração de fé popular torne-se rarefeita na paisagem. O que é de todo lamentável.
Santo Antônio - Andaraí |
Sagrada Família - Bangu |
Nossa Senhora Aparecida - Caju |
São Cosme e São Damião - Cubango |
São Miguel Arcanjo - Cubango |
Santo Expedito - Encantado |
Nossa Senhora de Fátima - Encantado |
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