Sunday, July 29, 2012

Ganimedes talvez




Quando à algazarra habitual se juntam
os livros de poesia pelo chão
é sinal inequívoco: voltaste
ainda que não te tenhas movido
do exílio que elegeste para viver.

(Este ir e vir regem-no luas outras
Ganimedes talvez, talvez Pandora)

Para manter-me de pé nesta vertigem
acaricio o velho gato que
sábio, sabe de cor meus desatinos.

Afundo os dedos em sua pele de
iaque, e já creio nisso de destinos.

(O gato que amo como ao velho amor
certo de que ambos morrerão meninos)

2 comments:

Luiza Machado said...

Evandro, que coisa linda! Tá sensível demais esse...

۞ Potira ۞ said...

Gostei!

=)