Em se fazendo um pequeno texto sobre o duo norueguês Adjágas o mais difícil será escolher uma música do seu estupendo álbum de estreia para ilustrá-lo. Em princípio a escolha parece recair sobre a representativa faixa de abertura, "Linkolas", para depois deslizar para "Mun Ja Mun", qua parece ser a canção que os próprios escolheram para promover este disco de 2007.
Mas eu fico com "Ozan", palavra que os Samis têm para "Procuro". O que é, God, tão apropriado. Em sua euforia ela lembra o que o rock progressivo pode ter de mais alto astral, algo como "La Princesse Perdue", do Camel.
Mas Adjágas não são bem rock progressivo. Ao aparar as arestas de uma das músicas tradicionais mais antigas do planeta, a dos Sami e sua técnica de joik, a tentação de se cair numa insípida new age, numa muzak, é grande. Aqui, por exemplo, caíram Máddji e Sofia Jannok.
Exigir de um cantor técnicas de joik será exigir demasiado. Eu mesmo gosto um bocado de um singer-songwriter como o Elliot Smith, por exemplo. Mas ouvir Adjágas nos lembra que cantar vai muito além de falar com ritmo.
E, só para encerrar: é um trabalho como este que mostra que inovação e tradição não são necessariamente vetores antagônicos.
E, só para encerrar: é um trabalho como este que mostra que inovação e tradição não são necessariamente vetores antagônicos.
1 comment:
Muito lindo esse som!
Post a Comment