Há cinco meses fiz aqui postagem relatando minha volta a Iguape, Ceará, para reencontrar o pessoal do coco que eu conhecera há trinta anos e cujo conhecimento foi um dos princípios da minha vida
Falta falar de Majorlândia, que, aliás, conheci antes de Iguape. Uma história que não esqueço e que conto até hoje. Foi assim:
Da cidade histórica de Aracati há estrada para o litoral, que em dado momento se bifurca: pra cima, Canoa Quebrada, pra baixo, Majorlândia. Sempre lado B, escolhi esta última. Levava comigo a Antologia do Folclore Cearense, do Florival Serraine, e só então, no meu quarto da pousada de cama de alvenaria, descubro o artigo de Oswald Barroso sobre os coco de Majorlândia. Ou seja, não escolhi Majorlândia por causa dos cocos (como eu mesmo já me enganei), descobri-os ali, em livro
Saí então para a rua atrás dos cocos. Pergunto a um sujeito na rua, que responde Ah, isso acabou tudo, é coisa dos antigo, não tem mais essas coisa não. Fico arrasado. Mas eis que vem outro sujeito em minha direção, a quem pergunto, já desanimado:
Moço, ainda tem coco por aqui?
Tem muitcho! Tem ali na casa de fulano de tal, tem ali e acolá!
Radiante, apressado para correr atrás de suas dicas, pergunto ainda:
Obrigado, obrigado! E qual o seu nome?
E ele:
Zé Coco!
Que história. Na mesma noite, conheço o coco do clã de Zé Mendes, conheço seu filho Hugo, repentista e tocador de ganzá. Me encanto com a família que dança em volta da árvore no quintal
Pois faltava voltar a Majorlândia, ainda este ano, trinta anos. Voltei
Hugo em 1992 |
Hugo Mendes hoje |
1 comment:
Essa história merece um take.
E esse blog merece novas e lindas histórias...
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