Não adianta guglar muito: "langra" vai sempre cair no Alto Maranhão, distrito de Congonhas, pois talvez hoje a dança só exista por lá. Ainda tem, com a graça de Nossa Senhora do Rosário, muito congado, algum moçambique, algum catopês, alguma marujada. Langra só no Alto Maranhão, ali com Seu Geraldo.
Zezeca, que me apresentou a ele, já advertira: se ele começar a falar, não para. Se for falar de banda, então... Mas dá gosto, eu ficava ali uma manhã inteira, aliás fiquei quase isso.
Em 1959, Geraldo aprendeu a dança da langra com Luiz Severo, nome que com frequência vem aos seus lábios. Quem trouxe a langra pro Brasil foi o avô de Luiz Severo, negro escravizado. De 1971 a 1999 a dança ficou adormecida, retornando pela mão de Geraldo, que hoje dança, ensaia, ensina, como que passando água de corgo de mãos em concha para outras em mãos em concha. Ele também confecciona as caixas, a zabumba (ela não a denomina assim, chama tudo de caixa), o adufe. Ele que vai atrás do cedro, corta e amolda. Ele ainda que dá os saltos, conforme se vê num dos vídeos, em que me aventurei na zabumba. Digo, caixa.
Enquanto fala, Dona Laís, doce, participa cm acréscimos e lembranças.
Reparem que uma das baquetas de Seu Geraldo é sabugo velho. Se isso não é telúrico
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