Deus de Caim, do mato-grossense Ricardo Guilherme Dicke, é o romance que ficou em quarto lugar no Prêmio Nacional Walmap de 1967, que
teve Guimarães Rosa, Jorge Amado e Antonio Olinto como jurados.
Em suas anotações, Rosa viu nele "traços geniais", mas criticou-o como
desordenado, caótico, indepurado, bem como suas "excessivas alusões
culturais-intelectuais". Foi das últimas coisas que ele, Rosa, fez em
vida.
Quem gostava muito de Ricardo Guilherme Dicke era a Hilda Hilst. Hilda, sempre polêmica, dizia preferi-lo ao Rosa.
Primeira edição autografada, 1968, pela editora novata Edinova, prefácio de Antonio Olinto.
A mãozinha é do Dante.
Estou terminando a leitura, prazerosa em muitos momentos, mesmo profunda, mas que não raro esbarra no excesso de causos (uma praga do regionalismo) e, sim, nas "excessivas alusões culturais-intelectuais", como criticou Rosa.
E, ó que interessante, lá na página 225, o atormentado Isidoro, preso a uma cadeira de rodas em seu palacete, resolve bisbilhotar o quarto da irmã, que foi para Paris ter filho de uma relação incestuosa:
"Um grande urso de pelúcia verde abarcava o espaço em cima da estante de livros. Sobre a mesa uns livros amontoados. Leu-lhes os títulos. Aldous Huxley, Hesse, Dostoiévski, Guimarães Rosa, Jorge Amado, a Biblia, era lida a moça. Na pia, a água da torneira gotejava."
Ou seja, de autores nacionais, apenas o Rosa e o Jorge Amado! Dois dos três jurados do concurso para o qual Ricardo Dicke submetera o seu romance! Será que os nomes dos jurados foram divulgados de antemão? Faz pensar.
A mãozinha é do Dante.
Estou terminando a leitura, prazerosa em muitos momentos, mesmo profunda, mas que não raro esbarra no excesso de causos (uma praga do regionalismo) e, sim, nas "excessivas alusões culturais-intelectuais", como criticou Rosa.
E, ó que interessante, lá na página 225, o atormentado Isidoro, preso a uma cadeira de rodas em seu palacete, resolve bisbilhotar o quarto da irmã, que foi para Paris ter filho de uma relação incestuosa:
"Um grande urso de pelúcia verde abarcava o espaço em cima da estante de livros. Sobre a mesa uns livros amontoados. Leu-lhes os títulos. Aldous Huxley, Hesse, Dostoiévski, Guimarães Rosa, Jorge Amado, a Biblia, era lida a moça. Na pia, a água da torneira gotejava."
Ou seja, de autores nacionais, apenas o Rosa e o Jorge Amado! Dois dos três jurados do concurso para o qual Ricardo Dicke submetera o seu romance! Será que os nomes dos jurados foram divulgados de antemão? Faz pensar.
4 comments:
Olá Evandro, tudo bom?
As fotos dos pisos com "caquinhos" foi você quem as tirou?
Abraço,
Nico Serrano
Sim, TODAS as fotos são minhas. Inclusive já andaram usando sem crédito, coisa feia. E vc perguntou....?
Olá Evandro.
Sou videomaker. Sei bem como é isso.
Por isso estou perguntando para você.
Eu poderia usá-las, num vídeo e marcar o nome do seu blog como fonte?
No aguardo.
Abraço,
Nico Serrano
Nico, te mandei uma mensagem pelo messenger
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