Uma festa para os olhos a exposição do centenário de Athos Bulcão no CCBB de São Paulo. Veio de Brasília, deve chegar ao Rio, então verei novamente, mesmo porque me interessa ver possíveis diferenças entre as montagens.
Estavam lá os azulejos, claro, ou não seria. Mas estavam também muitas pinturas, antigas e recentes, croquis, depoimentos (ótimos; iluminam, acalmam), peças de roupa, uma sala só para as fotomontagens, e aí é impossível não lembrar de Jorge Lima. Estava lá capa de disco para os poemas de Vinícius e Paulo Mendes Campos. Estava lá imenso cubo, todo ele azulejos athos bulcão, em redor do qual meninas brincam e se escondem.
Sabe-se que Athos incentivava os pedreiros / operários a colocar os azulejos como bem quisessem, de modo que uma elipse que começa aqui não termina necessariamente ali, talvez nem termine, talvez seja outra que comece. Há uma parede no Sambódromo assim. Pesadelo para os pacientes de TOC de organização. Paraíso para crianças e andorinhas.
Eu gostei muito de Brasília. Fiquei hipnotizado com aquela falta de paisagem, o céu, esta vastidão. (...) Eu acredito muito em disciplina, no vai lá e faz alguma coisa. Eu fico imaginando quanta coisa as pessoas podiam fazer e não fazem.
Só foi mais complicado acertar como começar. Depis ficou fácil. É só colocar tudo invertido. Espero que fique bom. ( João Alves dos Santos, pedreiro responsável por assentar os azulejos na sede da Fiocruz, em Brasília-DF )
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