Saturday, June 02, 2018

Treze Cascudos na Livramento


Lembrou um pouco a longa viagem da biblioteca dos reis: fazer com que parte da grande Cascudiana (entenda-se: livros de Luís da Câmara Cascudo) do meu pai chegasse às mãos da Livramento que, hoje, como ninguém, perpetua esse grande homem feliz que por aqui tivemos.

Primeiro tive que ir a Brasília ajudar o pai no desmonte de sua colossal livrarada, cousa que acabou sendo menos dolorosa do que prevíamos. Vendemos quase tudo (*sigh), trouxe alguns na mala e separei os do Cascudo para a Conceição, minha amiga que tem um espetáculo lindo sobre o homem inigualável que hoje quase ninguém conhece.

Do Planalto Central a Cascudiana seguiu para Copacabana e hoje, enfim, para Paquetá, onde mora Livramento. No caminho enfrentei trânsito absurdo no Aterro, o motorista fazendo manobras improváveis, subindo em gramados e vingando meio-fios enormes para que eu não perdesse a barca. A Guarda Municipal atrás, tirando fotos, para grande desconsolo dele que já prevê multa das grandes.

Nunca me peçam que eu transporte livros. Antes ouro em pó. Na barca, duas bolsas de livros em mãos, torno a examinar tudo e acabo subtraindo quatro para mim (também eu tenho minha Cascudiana), na certeza de que Luisinho e Livramento me perdoariam. Desembarco, saúdo o tamoio, saúdo Maria Gorda e já estou no camarim da Livramento que, em minutos, descerá para o espetáculo. Malgrado a subtração, são ainda treze livros do mestre para sua sala linda. O seu sorriso paga tudo.

E que apresentação emocionante.






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