Saturday, December 29, 2012

OS VELLOS non deben de namorarse



Trouxe Os vellos non deben de namorarse de Santiago de Compostela, para onde eu fora estudar galego, de que me tornei eterno defensor.

À época estudante de Psicologia da UERJ, emprestei-o a uma tal de Adriana, com quem tinha afinidades literárias e musicais. Ela tocava violoncelo e na certa eu quis impressioná-la.

Me dei mal: ela não só nunca devolveu o livro como teve a audácia de vendê-lo. Pelo menos assim, numa interpretação perfunctória, o parece.

Minha querida ex-aluna Letícia, aquela para quem cometi este soneto, comprou-o no sebo da Letras da UFRJ e ora me devolve, em mãos, passados 24 anos, 2 meses e 27 dias. Letícia sequer nascida quando a trapalhada se deu.

Os vellos non deben de namorarse, peça do Alfonso Castelao, grande autor e genial desenhista galego que em galego escreveu e desenhou. Emprestei-a jovem e recebo-a velho.

Quero dizer, vello é o cacete, que o que mais faço é enamorar-me. Os xóvenes é que non deben prestar os libros.

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