Sunday, September 02, 2012

Faca e Azeite



Nos meus anos de São José fui um eficiente zagueiro no dente-de-leite. Limitado, mas eficiente: chutava forte para onde o nariz apontava. Não era preciso muito mais do que isso. Em 1978 defendi o Goiás, em 79 o Campinense, em 80 o Guarani, em 81 o Grêmio.
Outro dia encontrei foto sorridente com o uniforme do Campinense-PB.


1979
um menino na aldeia Grajaú
vê como o tempo foi cruel, comprove
a foto que retiro do baú.

Claro que estou a repetir clichês
Cronos, lâmina, é também azeite
e a cada 25/6
confere ao beque do dente-de-leite

sabores humores um estupor
e com seu gasto fole reaviva
os borralhos do meu amor. E amor

não é um refrigério para a crise
amor é a crise, que me prova vivo.
After all nobody said 't was easy.



2 comments:

Ana said...

It´s not easy at all.

A VIDA NUMA GOA said...

Alterei dois versos. Os originais eram:

"Cronos é faca mas também azeite"
e
"sabores humores alguma dor".

"Lãmina" é mais bonito que "faca".

E desfiz a rima amor / dor.