Tímida e cautelosamente, nestes tempos ainda pandêmicos, fiz pequeno giro etnográfico em Ramos, já com objetivo preciso: Café e Bar Primazia, na Rua Operário Fortes, onde, segundo informação do blogue O Rio que o Rio não vê, haveria belas pinturas.
Com efeito, não fosse a ótima dica, nunca teria chegado a elas, uma vez que o "café e bar" passou por uma reforma descaracterizadora para transformar-se num restaurante a quilo anódino. Ou seja, numa andança típica -- e já fiz várias pelo bairro de Ramos -- eu jamais teria entrado.
Critiquei a reforma, mas fique o sincero elogio: ao menos mantiveram as pinturas: arte naïf em estado bruto, com imagens bucólicas e nostálgicas: a moça e seu cântaro, o bom gaúcho, sereias, naus portuguesas, ninfas e crianças.
Vê-se em dois lugares a assinatura de um Castelão. Segundo o blogue citado, trata-se do artista português Cesar Augusto Castelão, nascido em 1922. Julgo enxergar o número 70 debaixo de uma delas.
Pela quantidade, lembram as dos Façanha, no hoje fechado Tâmega, bem como as do Souto, em Quintino.
Um verdadeiro patrimônio do subúrbio que, a exemplo de alguns Nilton Bravos, deveria ser tombado e preservado a todo custo
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