Miúdo, Felipinho rabiscava as paredes de casa e levava broncas da mãe, afinal a pintura era nova e a cunhada Carmela nem tinha visitado ainda. Mais crescidinho, passou dos rabiscos aos desenhos, mas as broncas de Sandra Lagua, também artista plástica, continuavam, afinal, enfim.
Felipe Stefani hoje rabisca muito, faz capas de livros (fez a do Thiago Ponce), cartazes de filmes, ilustra livros (o do Daniel Gil), então perguntei Você não desenha aqui qualquer coisa na parede do corredor? Ele topou e rabiscou o Aqualung, aquele mendigo intenso. De quebra, fez o Glad Day, do Blake, trabalhos longe de serem meras reproduções, antes releituras do Felipe e seus traços destraços e rolos.
Tive o privilégio de acompanhar e documentar tudo. O olhar e os dentes do Aqualung são qualquer coisa de mestre. E ainda me lembraram algum profeta do Aleijadinho. Talvez seja mesmo.
E ah se Sandra sabe disso.
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