Sunday, May 27, 2018

Que continues, no tempo e fora dele, irreversível



Andava já preocupado que maio chega ao termo e nenhuma lembrança ao "Tarde de Maio", do Drummond, o seu poema mais bonito, junto com o "A Máquina do Mundo", alguns outros e, claro, "Campo de Flores", tão meu.

Sábado passado foi tarde de furacão, tínhamos festinha de 1 ano de amiga da pracinha, mas ficamos em casa (e no play escuro), sem luz, Camila e Dante assistindo a um filme obscuro do Bergman.

Mas ontem foi sábado radioso e fomos para o Parcão, como esses primitivos que carregam por toda parte o maxilar inferior de seus mortos. Depois a Sophia apareceu e Dante vestia o rosa do Rajastão. Tarde de maio.


Eu nada te peço a ti, tarde de maio,
senão que continues, no tempo e fora dele, irreversível









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