A verdade é que São Jorge impera, quase ubíquo nos botequins cariocas. Vira e mexe surge uma Nossa Senhora, uma Sagrada Família ou um outro santo.
Mas os cornos, antíquissimos e poderosos amuletos do paganismo, fazem-se também presentes. Colocar chifres na frente da casa, no telhado, é prática ancestral, sendo eles dos mais poderosos símbolos de proteção.
No Nordeste e em Goiás colocavam-se cornos na roça. Meu Folclore Goiano, de José Teixeira, confirma. Quem aí já viu um espantalho? Eu vi um em São Tomé das Letras, mas isso serão europeizações que não se enraizaram aqui. O corno, sim. E da roça passou à botica, à mercearia, ao boteco, onde o vendeiro carece de proteção menos do pinguço que quer debitar uma cachaça e mais do governo que quer cobrar-lhe impostos escorchantes.
Seguem três ocorrências de corno: Glória, Flamengo, Praça da Bandeira. No da Praça, os atuais donos, cearenses, disseram-me que os antigos, purtugueses, não gostavam dessas coisas. Pode ser.
Quando for de dono de boteco, vou de São Jorge, Sâo José e corno. Sabem como é, pelo sim, pelo não... chá de barbatimão.
Confeitaria e Bar Solange - Glória
Café e Bar Martins - Flamengo
Bar e Restaurante Carne de Sol - Praça da Bandeira
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