Friday, November 18, 2011

Le Orme




Neste post aqui lembrei os 40 anos do rock progressivo italiano. Ora, não fica bonito lembrar isso e esquecer que, há exatos 10 anos, isto é, em novembro de 2001, aportou por aqui o Le Orme, uma das bandas mais importantes do movimento.

Vieram tocar no extinto (chuif...) Rio Art Rock Festival, evento que durou mais de uma década e trouxe tantos grupos bons. Com efeito, quando comecei a escutar Le Orme, em 1984, não poderia sonhar que um dia iria vê-los ao vivo. O Leonardo Nahoum trouxera também o Banco no ano anterior. Depois, fora do RARF, veio o Premiata. Ou seja, a Santíssima Trindade do Rock Progressivo Italiano já tocou no Brasil. Não é pouco. Mais ainda se lembrarmos (este blog quer catar o miúdo e o esquecido) que também tocaram Baletto di Bronzo (abrindo para o Banco) e, em um distante Festival da Canção nos 70, o Formula Tre.

O show do Le Orme foi memorável em todos os aspectos. Abriram com "Collage", canção imortal, própria de aberturas e fanfarras, progressiva até a medula no que mescla sonoridades europeias clássicas (Scarlatti) e roquenrol. Tocaram o Felona e Sorona de fio a pavio. Depois, como se fosse beber um copo d'água, Tagliapietra sentou-se no chão, todo de branco, para tocar cítara.

Na véspera eu, macaquinho de auditório, fui ao Hotel Argentina colher o autógrafo do baterista Michi dei Rossi. Ele não foi muito simpático, limitando-se a murumurar "Estrana visione" quando lhe estiquei a capa do meu vinil do Collage, lançado por aqui pela Philips em 1975.

Tenho o autógrafo do Rossi (aliás, tenho o do Tagliapietra também, mas isso é outra história), tenho o pôster do RARF encimando minha coleção de CDs. Tenho as lembranças do show. Já posso morrer tranquilo.

Mas quero viver mais 200 anos, na esperança de revê-los ao vivo.

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