Tuesday, April 03, 2012

Bunnahabhain


A turfa está em alta. Mesmo marcas tradicionalmente não-turfadas querem ter ao menos uma expressão turfada, como recentemente aconteceu com Arran, Balvenie, Glenmorangie, Jura e Benromach.

O Bunnahabhain, bem, o Bunna, embora de Islay, paraíso para os peat freaks (olha nós aí!) encontrou seu nicho denominando-se "the gentle taste of Islay", isto é, seus whiskies não sabem a turfa ou a sal ou a iodo. Mas recentemente lançou uma expressão turfada.

Controvérsias: há quem diga que Bunna optou por fazer whiskies não-turfados para que pudesse vender mais no passado. Explico: em época em que single malts turfados não eram bem vistos (e bebidos), a produção das destilarias de Islay praticamente limitava-se a fornecer whisky para os blends. Quando Bunna viu que as grandes destilarias já não precisavam de tanta fumaça e turfa assim, passou a produzir whiskies pouco (ou nada) turfados.

Um dos malt makers de Bhuna, no entanto, afirma que seus whiskies sempre foram turfados e que só a partir a partir do começo dos 60 é que isso se deu. Acredito que sua fala seja no sentido de dizer algo como "não somos oportunistas, já produzíamos whisky turfado antes".

Não sei. Tradições existem para serem conhecidas. E transformadas. Uma tradição, by the way, pode ser começada hoje, não? Se Bunnahabhain, na costa leste de Islay, decide produzir whiskies turfados, não em consonância com sua tradição, mas em consonância com a tradição da ilha, acho ótimo. Se decide continuar sendo apenas "the gente side", acho ótimo também.

Na dúvida, bebo desta garrafinha pequenina, baixota como a lindinha que ma trouxe, a Giulia Drummond. Giulia já tem crédito comigo de sobra. Foi elazinha quem fez uma das músicas para o Dante, como se vê e ouve aqui. Precisava trazer-me uma garrafinha de um dos poucos maltes de Islay que eu ainda não conhecia?

Nas notas de degustação, um detalhe muito curioso: apanhei a garrafa com a Giulia no Osbar, na Cinelândia, onde, fazendo o percurso dos botecos, descubro que há por ali uma tradição em batidas de gengibre (!). Pois uma degustação do Bunna revela exatamente isso: notas de gengibre.

3 comments:

Giubi-Lee On-Line said...

Espero que esteja aproveitando bem sua paixão escocesa. Descobri aqui em casa uma outra prendinha que tinha pro Dante e esqueci de levar naquele dia. E agora? Beijos!

A VIDA NUMA GOA said...

Adorei o "prendinha".

E agora? Posso escolher o boteco?

Beijo.

Giubi-Lee On-Line said...

à vontade!