Sunday, July 08, 2012

Szerelem Szerelem


Ouvi dizer certa vez que a casa de Maria Gabriela Llansol chama-se Maite, palavra que os bascos têm para amor. Também hei-de ter, no Vale do Pavão ou em Milho Verde,  casa chamada Szerelem, palavra que os húngaros têm para esse mesmo sentimento esquisito.

O basco e o húngaro se unem ao serem ambas as línguas profundamente isoladas e deve haver sentido nisso aí amor maite szerelem travo de cravo e isolamento. Mais provável que minha casa venha a chamar-se Szerelem Szerelem, por amor de a palavra sentir-se menos isolada e por ser como, enfim, a aprendi, na estupenda canção de Sebestyén Márta, que figura na trilha de O Paciente Inglês.

O que causou estupor no grupo Muzsikás foi que a então jovem Márta conseguia timbres das velhas camponesas da Transilvânia, aquelas mesmas que Bartók e Kódaly gravaram.

Meu vocabulário magiar é bastante limitado, apesar de ter vivido sete dias intensos entre Buda e Peste e de ter Sándor Márai entre meus escritores favoritos. Köszönöm, obrigado, aprendi por ocasião de carta escrita ao Paulo Rónai. Szerelem aprendi com a Márta e sör, cerveja, aprendi in loco.

Não é um vocabulário muito vasto.

Mas com jeitinho creio que obrigado, amor e cerveja podem levar um homem longe.

2 comments:

  1. Obrigado, amor e cerveja é uma boa tríade! Eu, modestamente, acrescentaria POR FAVOR pra chegar mais longe ainda.

    Bela crônica, meu caro!

    ReplyDelete
  2. Anonymous7:32 PM

    Adorei, Evandro! Ainda mais ao saber que seu aprendizado passa por uma Márta, com acento, mas nem por isso menos Marta. Szerelem sempre, com sör melhor ainda. Um grande beijo.

    ReplyDelete