A chuva de janeiro nos ilhava
encharcava as quilhas do coração
a chuva de janeiro nos olhava
como se olham ilhas da desrazão
a chuva de Ilhabela não é só
resposta dessas coisas naturais
que o selo imprimem à eternidade
como ao banhista o mar tatua os sais
a chuva de Ilhabela nos teus olhos
se cristaliza com o roçar do vento
a chuva desta tarde faz-se em nós
e tudo que é janeiro húmus terra
encontra em nossa peles seu assento
acento de gozo guarida e voz.
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