se somos bichos que sejamos baixos
como os bichos da terra tão pequenos
baixezas não sonhadas neste maio
que nos faz grandes quando somos menos
humanos :: quando despidos de todos
cálculos raciocínios e ensaios
somos apenas toque e língua e cheiro
depois de amar na tarde escancarada
seu sexo escancarado sobre nós
espiar da janela deste oitavo andar
a rubra morte das espatodeias
possam elas então nos amparar
no sol das erosões no sal na carne
afinal
nunca soubemos
pousar
Lindo poema... Essa expressão, bichos da terra tão pequenos, é o título de um livro, não? É uma inclusão legal, gostei especialmente dos quatro primeiros versos.
ReplyDeleteArrá, Ana, "bicho da Terra tão pequeno" é de Camões. Drummond também usou. E agora euzinho. E assim vamos, roubando palavras, às vezes mudando aqui e ali.
ReplyDeleteAlgo de novo sob as espatodeias?
E obrigado!