Thursday, April 05, 2012

Adolescência


ADOLESCÊNCIA

Ah, bem mais de uma vez
depois de arrastar pianos pelo pátio
atravessar paredes
e colher o ônix de Vênus no deserto,

ouvir dela,
da maldita,
que mastigava meu coração
e por quem litros de gosma escorriam ralo abaixo:

Eu também gosto de você, Evandro.
Mas como amigo.


Ah, a beleza da amizade!...

4 comments:

  1. Anonymous9:43 PM

    Vc já foi mais sutil. Ainda bem que isso mudou.

    Raul

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  2. Anonymous1:33 PM

    EU QUERO TEUS PECADOS


    Eu quero teus pecados, culpas e cansaços.
    E quero todos !

    Seus baixos intintos,
    E altos amores.
    O doce afago
    mas também o acre, o suado, sujo.
    E até o mais vil, inominável !

    Quero o mais escondido, reservado
    além do oferecido, escancarado.
    Quero algum proíbido,
    e todo o permitido !

    Se há alguma submissão, percebo com um certo espanto, esta mais revela minha escravidão e afirma tua liberdade.
    Mesmo ainda assim, quero tudo !
    Voz e escarro,
    grito e mordaça.
    Receber teu sol ao meio dia
    e oferecer madrugadas de tempestade.
    Beber teu sangue infertíl
    e te saciar com meus milhões de infecundos reflexos.

    Quero tua descompostura, vergonha.
    E te dar meus fracassos, minha loucura.

    Quero ofensas !
    Em paga ofereço meu braço.
    Quero guerra ! Desespero ! Morte !

    Depois de tudo,
    um banho rápido,
    ajeitar o quarto, que o filhote
    logo acorda.

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  4. Anonymous8:47 PM

    Entendo a ideia de que para um tema adolescente, uma linguagem também um pouco adolescente (o que foi considerado nos comentários como você sendo menos sutil – como se eu lírico e eu real tivessem que corresponder, mesmo quando nominalmente citado - e, no caso, real mesmo, certo? rsrs. Se assim fosse, as pessoas seriam melhores do que geralmente são, pelo menos na literatura), mas não é o tipo de poema que especialmente me agrade, talvez justamente pela falta de sutileza e pelo tema já meio afastado do meu eu atual, não sei. Gosto mais de seus poemas sutis rsrs. [daí o comentário anterior...]

    Marta

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